6 março 20

24 milhões de Mulheres são empreendedoras no Brasil

Publicado por: Ariane Subtil

No Brasil, 24 milhões de mulheres são empreendedoras. Elas ainda respondem por 48% dos empreendimentos iniciais, isto é, com menos de 42 meses de existência.

Os dados são de um estudo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) lançado em novembro de 2019, que também revelou que elas não só são tão presentes no mercado quanto os homens (34%), como também são mais preparadas. Na média, as mulheres donas de negócio são 16% mais escolarizadas.

O estudo se integra com dados da pesquisa Global Entrepreneurship Monitor (GEM), feita em 2018 e que mostra que o Brasil registrou a sétima maior participação feminina entre os empreendedores iniciais, ou seja, aqueles com negócios de até três anos e meio de atividade, em 49 países estudados.

Se, por um lado, a pesquisa indica brasileiras empenhadas em viver do próprio negócio, por outro, revela que, apesar de representarem quase metade do número de empreendedores no Brasil, as mulheres têm imensas dificuldades de manter suas empresas.

Isso porque, além das dificuldades enfrentadas por todo empresário, elas encaram os obstáculos da “dupla jornada”, dividindo seu tempo entre trabalho e afazeres domésticos. “Existe a ideia de que é a mulher que deve se responsabilizar pelo cuidado com as tarefas da casa, dos filhos e idosos”, explica Renata Malheiros, especialista em cultura empreendedora do Sebrae.

Segundo ela, essa condição faz com que as mulheres escolham atividades muito mais voltadas às necessidades que às oportunidades. Não por acaso, 25% daquelas que empreendem trabalham em casa, proporção significativamente maior que dos homens (6%).

Renata diz que essa condição explica, em parte, por que, apesar de serem mais escolarizadas, elas ganham 22% menos que eles. “As empreendedoras vão procurar por segmentos que possam ser tocados em ambientes domésticos, como alimentos, moda e beleza, geralmente mais mal remunerados que outros”, continua.

A especialista também fala das chamadas crenças limitantes, que predeterminam papéis para mulheres e homens no universo do trabalho. “É comum as mulheres enfrentarem barreiras meramente culturais, como desconfiança de competência ou de autonomia”, diz.

A boa notícia é que, à medida que cresce o número de empreendedoras, aumenta as iniciativas para reforçar a atividade empresarial feminina. Segundo Renata, são muitos os projetos que incentivam e orientam as empresárias.

Em Valadares, por exemplo, há a CDL Mulher, criada pela CDL-GV, para contribuir para o desenvolvimento, fortalecimento e valorização da mulher no mercado de trabalho.

“Criamos a CDL Mulher exatamente para dar suporte às mulheres que se superam a cada dia no universo corporativo! Sabemos como é grande o potencial feminino e temos o cuidado de promover encontros para reforçar ainda mais essa questão. Este ano, inclusive, estamos com o propósito de realizar workshops para capacitar, de forma prática e mais aprofundada, essas profissionais que querem sempre mais”, comenta Danielle Castro, diretora da CDL-GV e coordenadora da CDL Mulher.

Conheça um pouco mais do perfil da Mulher Empreendedora no Brasil:

Retrato do Empreendedorismo Feminino no Brasil

E você, mulher, já participou de algum dos encontros da CDL Mulher? Em março, o tema a ser tratado será liderança. Fique atenta às nossas redes para não perder o período de inscrição!